segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"Virgem Maria"? Quase 1% das mulheres nos EUA diz ter engravidado sem sexo

Pesquisa evidencia dificuldades que cientistas muitas vezes enfrentam quando precisam interpretar informações durante estudos envolvendo temas potencialmente delicados

Por Maria Luciana Rincon em 23/12/2013
      LINK CURTO: http://nzn.me/m40429


De acordo com um estudo publicado pelo British Medical Journal, quase 1% das mulheres nos EUA afirma ter engravidado enquanto ainda eram virgens. A pesquisa foi realizada com 7.870 jovens entre as idades de 15 a 28 anos de todo o país e, segundo a Reuters, desse total, 5.340 engravidaram.
Segundo a matéria, entre as 5.340 mulheres que participaram do estudo e que ficaram grávidas, 45 delas — ou seja, 0,8% — disseram ter concebido enquanto ainda eram virgens e sem terem relações com um homem. Além disso, esse número não incluiu fertilizações in vitro ou qualquer outro procedimento médico ou tecnologia de reprodução assistida.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, que analisaram dados coletados junto a milhares de adolescentes. No início dos trabalhos, as garotas tinham entre 12 e 18 anos de idade, e foram entrevistadas periodicamente sobre questões relacionadas à saúde e comportamento ao longo de 14 anos.

Concepção imaculada

Fonte da imagem: pixabay
Das 45 moças que afirmaram ter engravidado enquanto ainda eram virgens, 31% disse ter assinado algum tipo de compromisso de castidade — no qual prometeram não fazer sexo antes do casamento —, e os pesquisadores ouviram diversas explicações sobre como elas teriam concebido. No entanto, algumas chegaram a admitir certa participação de rapazes no processo.
Os pesquisadores também descobriram que 28% dos pais — que também foram ouvidos no estudo — das “virgens Marias” não costumavam conversar com as filhas sobre temas relacionados com sexualidade ou métodos anticonceptivos por falta de conhecimento. Outro aspecto descoberto durante a pesquisa foi que as moças eram mais propensas a ter filhos do sexo masculino, e que muitas engravidaram nas semanas que antecedem o natal.
Evidentemente, a “concepção imaculada” é cientificamente impossível, e as alegações de que esse tipo de gravidez tenha ocorrido servem para provar aos pesquisadores a dificuldade se interpretar dados quando os estudos envolvem temas potencialmente delicados, como sexualidade, religião e comportamento.

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